Olá pessoas. Eu sou Willian Vulto e hoje é dia de mais um dos meus posts sobre as formas de arte. Semana passada eu falei sobre a Literatura (Veja Mais), e essa semana é a vez de falar da sétima arte, o Cinema.
Sobre o Cinema
De todas as formas de arte, o cinema é a mais recente, tendo surgido apenas no século 19. Pode-se dizer que o cinema é uma arte filha da modernidade e essa é uma característica que vai ser crucial para o seu entendimento.
O Cinema, junto com a fotografia, inauguram o conceito das artes produzidas exclusivamente por aparatos tecnológicos. Então, enquanto outras formas eram definidas conceitualmente, mas as expressões variavam entre versões mais ou menos técnicas (a música pode variar entre um canto de pássaro totalmente natural e sintetizadores totalmente tecnológicos, por exemplo), o cinema nasce da tecnologia e está, para sempre, preso a ela. E isso não é uma crítica.
Estar preso a um aparato tecnológico, evidencia de outras formas a criatividade dos artistas que vão transformar toda essa tecnicidade em arte. É importante lembrar que, quando a tecnologia das câmeras surgiu, o seu uso era apenas de preservar cenas da vida e do cotidiano. Porém, essa mesma tecnologia se tornou no que chamamos hoje de cinema, uma das formas mais eficientes de construção de narrativas.
Enquanto na pintura, o processo de como a superfície vai receber as cores é totalmente controlado pelo artista, no cinema, parte do processo final da criação da imagem é feito pela câmera e pela própria física entre a luz e o filme. Dessa forma, pode parecer que o cineasta não tem controle sobre o produto final de sua arte, mas é aí que entra a engenhosidade humana.
Se a câmera apenas armazena o que chega à lente, basta enganar a lente, da mesma forma que um mágico engana os olhos de seus espectadores. No cinema também é tudo sobre luz e espelhos, e perspectivas, é claro.
Além de enganar a lente, ainda existe a montagem final do filme, que é capaz de compor narrativas que nunca existiram. Essa capacidade é curiosa, pois depende da própria capacidade do espectador de preencher as lacunas existentes da narrativa apresentada.
Mostre uma cena de um prédio pegando fogo e depois mostre a cena de um caminhão de bombeiros andando, isso basta para que o espectador crie a própria história em sua mente. O prédio está em chamas e os bombeiros foram chamados para apagar o incêndio. É claro que nada garante que as cenas se passem na mesma cidade ou no mesmo dia, mas a boa vontade do espectador constrói a história por si só.
Essa boa vontade é essencial para todo o processo cinematográfico. O aparato tecnológico empresta sua credibilidade para o cineasta, que passa a atuar como diretor de uma narrativa própria. Por mais que saibamos que um vídeo foi editado, ele ainda possui alguma credibilidade dada pela câmera que, no fim das contas, só filma o que é real. Talvez por isso o cinema tenha essa capacidade de construir narrativas tão interessantes. A pergunta sempre é: "Como foi que filmaram isso?".
Então, em resumo: O cinema é uma forma de mágica de palco super desenvolvida. Tudo é ilusão e tudo é sobre luz e espelhos. Por outro lado, é uma ilusão que usa como o palco a própria realidade e a engenhosidade necessária para se fazer isso pode encantar até os mais descrentes.
Indicações
Se assunto é cinema, vou indicar alguns filmes que eu acho interessantes.
A Fada do Repolho
É um filme curtinho de 1896, dirigido pela Alice Guy Blache, e é considerado o primeiro filme de ficção do mundo.
Cidade das Sombras (Dark City)
É um filme de 1998 (antes de Matrix) que te faz duvidar da realidade. O que é real? Como eu sei que minhas lembranças realmente são minhas?
Eraserhead
É o primeiro longa do David Linch (1977)
Memento
É um filme que acontece de trás para frente com uma narrativa toda quebrada e incrível
The Maker
Um dos meus curtas metragens favoritos
E indico também o meu podcast de cinema, o Curta um Curta, que é um podcast que apresenta semanalmente um curta metragem e comenta a respeito.
Acesse: http://lugarnenhum.net/category/c1c
Por hoje é só.
Sobre o Cinema
De todas as formas de arte, o cinema é a mais recente, tendo surgido apenas no século 19. Pode-se dizer que o cinema é uma arte filha da modernidade e essa é uma característica que vai ser crucial para o seu entendimento.
O Cinema, junto com a fotografia, inauguram o conceito das artes produzidas exclusivamente por aparatos tecnológicos. Então, enquanto outras formas eram definidas conceitualmente, mas as expressões variavam entre versões mais ou menos técnicas (a música pode variar entre um canto de pássaro totalmente natural e sintetizadores totalmente tecnológicos, por exemplo), o cinema nasce da tecnologia e está, para sempre, preso a ela. E isso não é uma crítica.
Estar preso a um aparato tecnológico, evidencia de outras formas a criatividade dos artistas que vão transformar toda essa tecnicidade em arte. É importante lembrar que, quando a tecnologia das câmeras surgiu, o seu uso era apenas de preservar cenas da vida e do cotidiano. Porém, essa mesma tecnologia se tornou no que chamamos hoje de cinema, uma das formas mais eficientes de construção de narrativas.
Enquanto na pintura, o processo de como a superfície vai receber as cores é totalmente controlado pelo artista, no cinema, parte do processo final da criação da imagem é feito pela câmera e pela própria física entre a luz e o filme. Dessa forma, pode parecer que o cineasta não tem controle sobre o produto final de sua arte, mas é aí que entra a engenhosidade humana.
Se a câmera apenas armazena o que chega à lente, basta enganar a lente, da mesma forma que um mágico engana os olhos de seus espectadores. No cinema também é tudo sobre luz e espelhos, e perspectivas, é claro.
Além de enganar a lente, ainda existe a montagem final do filme, que é capaz de compor narrativas que nunca existiram. Essa capacidade é curiosa, pois depende da própria capacidade do espectador de preencher as lacunas existentes da narrativa apresentada.
Mostre uma cena de um prédio pegando fogo e depois mostre a cena de um caminhão de bombeiros andando, isso basta para que o espectador crie a própria história em sua mente. O prédio está em chamas e os bombeiros foram chamados para apagar o incêndio. É claro que nada garante que as cenas se passem na mesma cidade ou no mesmo dia, mas a boa vontade do espectador constrói a história por si só.
Essa boa vontade é essencial para todo o processo cinematográfico. O aparato tecnológico empresta sua credibilidade para o cineasta, que passa a atuar como diretor de uma narrativa própria. Por mais que saibamos que um vídeo foi editado, ele ainda possui alguma credibilidade dada pela câmera que, no fim das contas, só filma o que é real. Talvez por isso o cinema tenha essa capacidade de construir narrativas tão interessantes. A pergunta sempre é: "Como foi que filmaram isso?".
Então, em resumo: O cinema é uma forma de mágica de palco super desenvolvida. Tudo é ilusão e tudo é sobre luz e espelhos. Por outro lado, é uma ilusão que usa como o palco a própria realidade e a engenhosidade necessária para se fazer isso pode encantar até os mais descrentes.
Indicações
Se assunto é cinema, vou indicar alguns filmes que eu acho interessantes.
A Fada do Repolho
É um filme curtinho de 1896, dirigido pela Alice Guy Blache, e é considerado o primeiro filme de ficção do mundo.
Cidade das Sombras (Dark City)
É um filme de 1998 (antes de Matrix) que te faz duvidar da realidade. O que é real? Como eu sei que minhas lembranças realmente são minhas?
Eraserhead
É o primeiro longa do David Linch (1977)
Memento
É um filme que acontece de trás para frente com uma narrativa toda quebrada e incrível
The Maker
Um dos meus curtas metragens favoritos
E indico também o meu podcast de cinema, o Curta um Curta, que é um podcast que apresenta semanalmente um curta metragem e comenta a respeito.
Acesse: http://lugarnenhum.net/category/c1c
Por hoje é só.
Espero que tenha gostado.
Continuo esse tour pelas artes na semana que vem.
Até lá
Artigo
Willian Vulto
Um grande conhecedor do mundo das artes, filmes, games, literatura, quadrinhos e muito mais... Willian Vulto dirige o site de arte e entretenimento "Lugar Nenhum", local onde poderá conferir as novidades deste segmento com grande criatividade e exclusividade.
Imagens: Google
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