Era domingo, uma tarde de chuva fina, persistente, gelada. Cada gota que caía do céu, lavava com muita graça tudo aquilo que tocava. E quem estivesse sob este mesmo céu, sentia na pele a verdadeira sonoridade da Natureza.
Neste dia, em uma montanha de pedra próximo à uma cidade de pedra, um jovem viajante que trilhava o caminho do conhecimento ali se encontrava. Após ter caminhado horrores por uma estrada de terra, faltando bem pouco para alcançar o seu destino, ele encontra uma cozinha que por incrível que pareça, também era de pedra. Ela foi a primeira a ser feita nesta montanha... A primeira que lhe fez olhar com outros olhos este ambiente que reside em cada lar.
Construída para que houvesse alimento para todos, nesta cozinha sempre tinha uma lenha acesa, pois para muitos viajantes e até para moradores locais, este era um local que deveria propiciar o primeiro contato do indivíduo com o meio.
Ao entrar nesta cozinha, o jovem viajante (beirando os seus 21 anos) encontra uma moça um tantinho mais nova. Eles já se conheciam, mas nunca tinham tido uma conversa mais prolongada. Como a chuva neste momento apertou, a moça diz; "É! Agora não tem jeito, o negócio é esperar a chuva amenizar para você chegar ao seu destino. Inclusive, ele já está te aguardando. Mas fique tranquilo, aproveite que estou fazendo um café e descanse um pouco."
Então ali eles ficaram proseando sobre as cores da vida enquanto a lenha queimava e a água esquentava. Ao mesmo tempo, a chuva ainda caia do lado de fora e era possível ver pequenos raios de Sol atravessando as nuvens. Elas eram poucas, mas eram o suficiente para iluminar os belos vales do Sul de Minas com uma tonalidade muito agradável.
Enquanto o jovem viajante admirava toda essa paisagem por uma das janelas, ao virar para o lado ele vê a moça colocando diretamente na água (a mesma que estava fazendo o café) um galho em brasa que estava ali queimando.
Intrigado com essa situação e com uma curiosidade sem fim, o jovem viajante não resiste e pergunta; "Sei que é indelicado uma visita questionar algo que lhe é servido, mas por que você colocou isso no café? E a pequena moça lhe responde; "É que hoje estamos sem coador de café, rs!
Visto que o jovem viajante não entendeu nada, a pequena moça complementa; "Como aqui é um local afastado, nem sempre temos em mãos as facilidades da cidade. Por isso, para fazer esse café eu coloquei o pó diretamente na água quente, dei uma leve mexida, esperei um pouco o pó descer e finalizei com o galho em brasa, que segundo o povo antigo aqui da roça, ajuda a descer o restante do pó para o fundo na panela. É um café forte, mas é bom pá rái!"
O jovem viajante então aprecia o café, come um pãozinho com geleia oferecido pela moça e assim que a chuva diminuiu a intensidade, agradeceu por tudo e seguiu para o seu destino.
Voltando para a sua cidade, o jovem viajante ligou seu computador e após uma pesquisa na internet (pois na época era raro o acesso a internet pelo celular), viu que esse método de preparo era conhecido como Café Tropeiro, ou seja, o café feito da mesma maneira que os Tropeiros/Carreteiros faziam na época em que não existiam nem estradas, nem linhas férreas. Eram eles que atravessavam os estados levando os mais diversos tipos de mercadorias e a cada parada para descansar, o café era fundamental estar presente.
Conhecido também como Café Carreteiro, Café de Cambona e até mesmo como Café de Chaleira, este método de preparo além de trazer em sua essência um grande legado cultural, por conter essa questão da brasa ao final, torna o café um tanto exótico e peculiar.
Ficou curioso?
Bora fazer essa delícia em casa?
Então separa um espaço aí no seu quintal, junte algumas lenhas, acenda a fogueira e vamos lá!
Café Tropeiro
Ingredientes:
500ml de Água
Café Moído
(5 colheres se for Torra Média ou 3 colheres se for Torra Escura)
Para harmonizar:
Pães Low Carb com Geleias Artesanais
Considerações iniciais
Como este tipo de café é feito diretamente sobre o fogo ou da brasa, um dos cuidados que você deve ter além de não se queimar, claro, é saber escolher o tipo de fervedor, chaleira ou cambona que irá utilizar. Pois como ele estará em constante contato com o fogo, o seu cabo não poderá ser de plástico ou de madeira, senão irão queimar. É por isso que os antigos Tropeiros usavam uma cambona, que é uma chaleira rústica totalmente de metal feita exclusivamente para este tipo de café, matte, chá e outros mais.
Representando esta antiga época mas com os toques artísticos de hoje, para recriar esta receita nós apresentamos com muito gosto uma exclusiva Chaleira desenvolvida pela ceramista Cleide Vieira de Mairinque/SP. Toda de cerâmica e com detalhes que chamam a atenção do olhar, esta peça quando acompanhada de suas Canecas, que inclusive foram o maior destaque em um Drink com Gin que produzimos outrora, são capazes de trazer luxo e requinte em qualquer situação.
Trazendo mais autenticidade e muita criatividade, para desenvolve-las Cleide usou o Raku, que é uma técnica japonesa relacionada a tradicional hora do chá, a mesma que envolve as peças com serradura após a primeira queima. Aqui cada peça é única e seus traços nunca ficam iguais, ou seja, esse é o charme deste trabalho... A exclusividade!
"O meu trabalho consiste na produção de peças únicas, por isso são sempre modeladas manualmente ou em torno elétrico, nunca utilizo moldes para produção, colocando sempre um sentimento bom em cada peça manipulada. Produzo sob inspiração, esmero e muito carinho, pois amo o que faço." Cleide Vieira Cerâmica
Indicação de Café
Para fazer o Café Tropeiro é bem simples, basta apenas seguir a medida indicada acima e escolher o tipo de café que será utilizado. Por isso, a nossa dica para este momento é que você escolha um café que seja capaz de agradar não só o seu paladar, mas que seja perfeito para ser harmonizado com outros alimentos.
Para te dar um bom exemplo sobre essa questão da escolha, para esta receita nós trouxemos novamente o Café Premium da Cafés Especiais 700, pois sendo este um produto que já conhecemos, nos traz a certeza de que o produto que estamos consumindo é de extrema qualidade. E isso meu caro, é um detalhe que tem que se estender a todos os outros tipos de alimentos que você costuma comprar, viu. Então por essas e por outras, sempre invista nos produtos artesanais e provenientes da agricultura familiar... São fantásticos!
De Torra Média, com cor amarronzada, estupidamente frutado e moído na hora, este Café com notas de caramelo é cultivado e produzido nas montanhas elevadas de Conceição do Rio Verde/MG e assim como dissemos na receita de Cold Brew Martini, novamente foi a escolha certa para representar este momento. De fato, ele representará também os melhores momentos que você tiver em família.
"Parte do nosso cafezal fica lado a lado com a mata nativa e em algumas partes, entrelaçados. O ideal disso para o café, é sem dúvida, a meia sombra. Entre as árvores o café produz menos pela falta de luz; porém o processo de amadurecimento lento por causa da infiltração dos raios solares na planta, faz com que a fixação do açúcar no fruto seja melhor. O resultado disso é um café saboroso e de alta qualidade." Cafés Especiais 700
Preparo
Preencha a Cambona ou Chaleira com a água e deixe ferver. Quando a água levantar bolhas indicando que já está bem quente, insira o café moído e mexa com uma colher para não empelotar e para que o café solte todos os seus aromas e sabores. Ferva novamente por mais uns 3 minutos e depois coloque a Cambona ou Chaleira na parte com o fogo mais baixo (mais brasa mesmo). Assim o café começará a decantar e ao mesmo tempo, manterá o café quentinho.
Para finalizar, pegue um galho com a ponta em brasa (aqui nós usamos um galho seco de maracujá), insira no café por uns 5 segundos e retire, pois como dito na história do jovem viajante, este ato ajudará a decantar ainda mais o café para o fundo do recipiente.
Dica... Após isso não fique mexendo a Chaleira pra lá e pra cá, senão todo o resíduo/borra do café voltará para a superfície. Então após isso só use para servir mesmo, ok!
Fala a verdade... Você ficou com vontade de experimentar, né?
Eu sei! Esse café é bom demais e irresistível quando bem feito!
Na hora de harmonizar, Pão com Geleia, claro! Assim você entra no clima da história do jovem viajante e traz para sua realidade todos os aspectos positivos dela. E para que esse momento seja ainda mais especial, separamos duas opções envolvendo Pão Low Carb e Geleias Artesanais, que além de serem opções super saborosas, são perfeitas para serem apreciadas com este café.
E já que estamos tomando um café diferenciado, é mais que natural os Pães seguirem essa mesma tendência. Por isso, para a harmonização de hoje, nós apresentamos 2 opções Low Carb produzidos pela ALECA Low Carb, o Mini Pão Low Carb sabor Azeitona e o Mini Pão Low Carb sabor Linguiça.
Mantidos sob refrigeração por não conterem nenhum conservante e somente retirados da geladeira uns 30 minutos antes de servir, estes Pães Low Carb são viciantes, sutilmente molhadinhos, muito macios, repleto de oleaginosas e assim como dissemos nas 12 harmonizações com chás, são ideais para quem tem uma alimentação restrita.
O Mini Pão Low Carb sabor Azeitona por exemplo, além de ser feito artesanalmente com farinha de castanha de caju e farinha de amendoim, tem como ingredientes principais as azeitonas verdes, semente de girassol, linhaça marrom/dourada e gergelim.
E seguindo nesta mesma linha, o Mini Pão Low Carb sabor Linguiça substitui apenas a azeitona verde pela linguiça artesanal. Ambos contêm pedaços bem pequenos (e não grosseiros) desses ingredientes e fazem com que o sabor do pão como um todo fique bem sutil e agradável ao paladar. É irresistível!
Criada pelas irmãs Gládis Leal dos Santos e Vanessa Leal dos Santos a partir do desejo de compartilhar com as pessoas os benefícios de uma alimentação baseada em comida de verdade, a Aleca Low Carb de Curitiba/PR e Itajaí/SC, foi a primeira empresa no Brasil a fabricar este tipo de pão. E com muito orgulho, desde 2015 nos fornecem produtos livres de aditivos químicos, conservantes, açúcares, glúten e lactose. Sendo também uma marca certificada pela ABLC (Associação Brasileira Low Carb), todos os produtos que fazem podem ser consumidos por diabéticos tranquilamente, pois não provocam picos glicêmicos.
"Tudo começou com nossa própria mudança alimentar. Começamos a produzir os pães para consumo próprio. O negócio começou naturalmente, quando amigos e familiares começaram e provar, gostar e pedir para comprar." Aleca Low Carb
Agora... Já que os Pães não levam nenhum açúcar, o mais ideal é que as Geleias usadas na composição tenham o seu açúcar reduzido, ou seja, praticamente só o da fruta. Aqui por exemplo, Geleias de Amora e Maracujá com redução de 60% de açúcar e feitas em tacho de cobre, tudo para manter ao máximo o sabor, a cor e a textura original da fruta.
Produzidos pela Geleias Villa Mineira de Uberlândia/MG, essas geleias artesanais desde 2017 vem encantando o triângulo mineiro e por onde passam, mostram de uma vez por todas como é que se faz geleia de verdade.
Indignado com os doces, sucos, polpas e muitos outros alimentos que dizem serem de frutas, mas que na verdade são feitos de essência, Dalton (idealizador da marca) busca oferecer em seus produtos uma experiência de alta qualidade e 100% artesanal, assim, as pessoas que são apaixonadas por esse tipo de produto, terão a certeza de que estarão provando uma verdadeira geleia.
"Percebemos que de modo geral, as pessoas se acostumaram a ingerir produtos industrializados e de fácil acesso. Porém, existe o movimento inverso, que é justamente o resgate das delícias do passado. E isto vem crescendo dia após dia na busca do verdadeiro artesanal. A Geleias Villa Mineira nasceu com este conceito e seguimos à risca esse princípio." Dalton
Só para você ter uma ideia, o fruto da Geleia de Amora que usamos no Pão Low Carb sabor Linguiça, é proveniente de uma árvore plantada no quintal da Villa Mineira. Ela constantemente é adubada apenas com material de compostagem e segundo Dalton, esse tipo de cuidado gerou frutos mais graúdos e saborosos.
Resumindo, essa Geleia de textura tenra, de coloração forte e divinamente aromática, faz parecer que você está comendo a fruta recém colhida do pé. Sem sombra de dúvidas, uma das melhores geleias que você poderá provar. É amora pura!
E o mesmo podemos dizer sobre a Geleia de Maracujá, um outro produto de excelente qualidade que ao ser harmonizado com o Pão Low Carb sabor Azeitona, provou que a união de doces com salgados não só é possível, como também muito gostoso. E realmente, as possibilidades aqui são infinitas e cada combinação irá gerar uma experiência diferente.
Experimente também essa geleia na composição de um drink... Fica fantástico!
Agora me fala...
O que você achou da nossa versão do Café Tropeiro?
Faria aí na sua casa?
Nós fizemos e como deu pra ver, ficou delicioso! 😁
Ahhh, e se por ventura você morar em um apartamento ou por algum motivo não puder fazer uma pequena fogueira na sua casa, fique tranquilo. Basta você fazer todo o processo no fogo do fogão que dá super certo também. Claro, não terá todo o aroma mágico proveniente da fogueira, mas com boa vontade, esse ato será o estopim para você se divertir nas mais variadas maneiras de preparo.
Permita-se e até a próxima!
Maa Soul com Anel
Cozinha & Coisinhas Denise com Tábua de Madeira
Que narrativa mais linda, fundamentada pela História e Cultura da riquíssima Minas Gerais!! Parabéns a todos os envolvidos nesse trabalho. Realmente, ficamos com muita vontade de experimentar tudo isso e vivenciar os sabores de saberes que nos trouxeram até aqui!!
ResponderExcluirSimone, ficamos muito felizes com suas palavras, pois a cultura do nosso país é tão rica e bela que temos que exalta-la cada vez mais.
ExcluirExperimente sim replicar essa harmonização e você vai viver um momento muito gostoso, onde temos a certeza de que será um dia inesquecível.
A forma de fazer esse café nos faz passear no tempo... É muito bom!