Um experimento realizado por pesquisadores da Universidade de Darmstadt, na Alemanha, conseguiu o que membros da comunidade científica vêm definindo como um marco na física: paralisar por um minuto inteiro a luz, notória por viajar à velocidade de 300 milhões de metros por segundo. Isso significa que foi possível parar o fenômeno mais rápido do Universo.
A proeza inédita é destaque desta semana no conceituado periódico especializado em física, o Phisycal Review Letters. Segundo sua divulgação, o feito poderia “garantir que comunicações quânticas ocorressem em longas distâncias”.
Redes de comunicação quântica podem transmitir dados em altíssima velocidade, de forma ultrassegura e com largura de banda muito superior à que é usada hoje no mundo, o que revolucionaria a forma como a sociedade se comunica.
A conquista dos pesquisadores ocorre pouco tempo após outra pesquisa, realizada no início do ano, ter conseguido paralisar a luz por 16 segundos. A primeira tentativa bem-sucedida de “parar” a velocidade da luz havia ocorrido em 2001, por apenas uma fração de segundo.
“Um minuto é extremamente longo e isso é um marco”, definiu Thomas Krauss, da Universidade inglesa de St Andrews.
Laser em cristal – O experimento consistiu no disparo de um laser na direção de um cristal opaco, que enviou seus átomos a um estado quântico de superposição. Segundo a equipe de George Heinze, isso fez os cristais ficarem transparentes a uma estreita porção de frequências.
Na sequência, os cientistas iluminaram o cristal com um segundo feixe, desligando o primeiro e, consequentemente, anulando a transparência dos átomos – o tempo de armazenamento da luz tem relação direta com a superposição permitida pelo cristal.
A partir disso, o grupo usou um algoritmo para “cruzar” combinações magnéticas e de laser, atingindo uma que lhes permitiu “parar” a luz por um minuto.
Pesquisa: Binha Martins
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imagem: divulgação
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