Profunda e muito inteligente: assim era Clarice Lispector (1920-1977), uma das grandes vozes da literatura brasileira do século 20, cujo aniversário de 93 anos está sendo lembrado no Brasil e pelo mundo nesta terça-feira (10)."A Hora de Clarice" é um evento realizado hoje no mundo todo para lembrar a obra e figura da escritora brasileira, que nasceu em 10 de dezembro de 1920.
Lispector nasceu na Ucrânia, mas logo se mudou para o Rio de Janeiro, onde criou grande parte de sua produção literária e jornalística. Além de escrever romance, publicava uma coluna chamada "Só para mulheres", sobre culinária e etiqueta.
"Você é 'moralmente' tão antiquada a ponto de considerar vaidade feminina uma frivolidade? Você já devia saber que as mulheres querem se sentir bonitas para se sentirem amadas. E querer sentir-se amada não é frivolidade", escreveu em um de seus artigos sobre o mundo feminino.
O excesso de peso, cuidados com o cabelo e com a pele faziam parte da temática de "Só para mulheres", embora ela mesma não se saísse muito bem no trabalho doméstico.
O auge como escritora, no entanto, seria visto em romances como sua estreia, "Perto do Coração Selvagem" (1944), ou o célebre "A Hora da Estrela" (1977).
Multifacetada e genial, a escritora também enveredou pela poesia, pelos contos e pela escrita introspectiva, cuja obra mais representativa é "A Paixão Segundo G.H" (1964), uma reflexão sobre a busca da identidade.
Sua obra será lembrada, de hoje até o próximo domingo, com diversos atos em vários países, como a Espanha. Em Barcelona, a Casa América de Catalunya recebe esta noite a conferência "Clarice Lispector, um novelo enrolado para dentro", a cargo da tradutora Elena Losada, além de várias leituras de contos para crianças escritos pela própria Lispector.
Dica: Binha Martins
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
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