O passado geológico de Marte, em camadas, foi revelado com impressionante detalhe em novas imagens obtidas pelo rover Curiosity da NASA, que atualmente está a explorar a região “Murray Buttes” do baixo Mount Sharp. As novas imagens rivalizam indiscutivelmente com outras obtidas em Parques Nacionais dos EUA.
O Curiosity obteve as imagens com a sua câmara Mastcam a 8 de setembro. A equipa do rover planeia montar em breve vários mosaicos a cores a partir das múltiplas de imagens tiradas neste local.
O Curiosity aproximou-se de este afloramento, que mostra rochas em camadas finas, a 9 de setembro de 2016. Créditos: NASA/JPL-Caltech/MSSS. |
“A equipe científica do Curiosity ficou entusiasmada por ‘ir’ nesta viagem através do deserto marciano, quase semelhante a uma pequena viagem pelo sudoeste americano,” disse Ashwin Vasavada, cientista do Projeto Curiosity, do JPL da NASA, em Pasadena, Califórnia.
Os morros e mesetas que surgem acima da superfície de Marte são restos erodidos de antigo arenito que se originou quando os ventos depositaram areia após a formação do Mount Sharp.
“Estudar estas elevações de perto permitiu-nos compreender melhor as antigas dunas de areia que se formaram e foram subterradas, quimicamente alteradas por águas subterrâneas, expostas e erodidas para formar a paisagem que vemos hoje,” disse Vasavada.
A borda da cratera Gale é visível à distância, através da névoa de pó, nesta imagem de uma encosta no Mount Sharp obtida pelo Curiosity. Créditos: NASA/JPL-Caltech/MSSS. |
As novas imagens representam a última paragem do Curiosity em Murray Buttes, por onde o rover tem andado, há mais ou menos um mês. Na última semana, o Curiosity saiu destes morros em direção a sul, passando pela base do morro final. Neste local, o rover começou a sua última campanha de perfuração (a 9 de setembro). Após concluída esta perfuração, o Curiosity prossegue mais para sul e para uma maior altitude no Mount Sharp, deixando para trás estas formações espetaculares.
Este grande plano, obtido pelo rover Curiosity, mostra rochas em camadas finas, depositadas há muito tempo pelo vento como dunas de areia em migração.
Créditos: NASA/JPL-Caltech/MSSS
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O Curiosity aterrou perto de Mount Sharp em 2012 e chegou à base da montanha em 2014, depois de encontrar provas, nas planícies em volta, de que os antigos lagos marcianos ofereciam condições que teriam sido favoráveis ao desenvolvimento de microrganismos, se Marte alguma vez tivesse albergado vida. As camadas de rocha que formam a base do Mount Sharp acumularam-se como sedimentos em lagos antigos, há milhares de milhões de anos.
No Mount Sharp, o Curiosity está a investigar como e quando as condições antigas de habitabilidade conhecidas de anteriores descobertas da missão evoluíram para outras menos favoráveis à vida.
Fonte da notícia: NASA
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