Vindo por colonos portugueses misturando a realidade, o sentimento nordestino, a cultura e poesia, nasce no nordeste brasileiro um gênero literário, o Cordel!
Composto de forma simples e leitura fácil, suas histórias rimadas são contadas por repentistas em forma de melodia. O Cordel recebeu esse nome pela forma como são expostos. Cordelistas e poetas, penduram seus livretos em fio de barbante em feiras a fim de semear seus contos.
Tem o poeta repentista, o poeta cordelista e tem também o repentista que é cordelista.
Segundo o próprio Zeca Pereira, existe uma diferença entre o cordelista e o repentista.
Os repentistas fazem versos improvisados, tudo que se faz de improviso é tido como repente, ele canta e o que solta não tem mais como corrigir. Já os cordelistas fazem seus versos escritos, eles param, analisam o texto e corrigem se for necessário. Os cordelistas são chamados de poetas de bancada como uma forma de se diferenciar dos repentistas.
Tem o poeta repentista, o poeta cordelista e tem também o repentista que é cordelista.
Segundo o próprio Zeca Pereira, existe uma diferença entre o cordelista e o repentista.
Os repentistas fazem versos improvisados, tudo que se faz de improviso é tido como repente, ele canta e o que solta não tem mais como corrigir. Já os cordelistas fazem seus versos escritos, eles param, analisam o texto e corrigem se for necessário. Os cordelistas são chamados de poetas de bancada como uma forma de se diferenciar dos repentistas.
Os temas incluem fatos do cotidiano, lendas, romances, fatos históricos, fatos políticos, críticas, enfim... Assunto é o que não falta. A forma espontânea e graciosa em que são feitas essas criações fazem com que o leitor se interessa, e por ser uma leitura rápida e envolvente, você começa a ler e não consegue parar até o chegar ao final.
É interessante você tentar fazer a leitura em forma de repente, ela fica muito mais agradável, animada e envolvente!
Assim são os cordéis de Zeca Pereira.
Tive o prazer de começar minha leitura com os contos desse grande poeta cordelista, que desde 1980 expõe seu trabalho na feira livre em Barreiras na Bahia. Atualmente além dos cordéis, ele ministra palestras e oficinas sobre a arte do cordel, afim de fazer com que esse gênero seja conhecido e desenvolvido por adolescentes, crianças e até professores, o que é bonito pois além de manter uma cultura viva, acaba disseminando o hábito da leitura.
Dei início a leitura com a Coleção Nordestina de Cordel, onde além de Zeca Pereira tem a participação de outros cordelistas. Me envolvi, me arrisquei no repente e fiquei empolgada para pesquisar mais sobre o assunto e suas criações.
Deixo aqui um trecho do cordel O Cemitério dos Amantes:
Chamo atenção do leitor
Ao caso que vou narrar,
Sobre a praga de uma mãe,
Quanto mal pôde causar,
Na vida de um casal
Tão feliz e jovial,
Na vida de um casal
Tão feliz e jovial,
Com o sonho de casar.
Nas palavras há poderes,
Muita gente já tem dito,
Mas nem todo mundo lê
Conforme já foi escrito.
O mal na vida aparece
Quando alguém o fortalece
Com as frases do maldito.
Em Caçapava do Sul,
Fato estranho aconteceu:
O céu límpido e muito azul,
Nem nuvem apareceu.
A data foi a seguinte: mil oitocentos e vinte,
Ano em que o caso ocorreu.
Lá nas bandas do Pinheiro,
Havia uma grande estância,
Mas, morrendo o estancieiro,
Acabou-se a prestância.
Pois ficou sua viúva,
A Maruca Bocaiuva,
Era um mar de arrogância.
Dona de bastante terra,
E diversos agregados
Costumada a fazer “guerra”
Contra seus subordinados.
Não respeitava ninguém,
Como nunca fez o bem
Aos pobres necessitados.
Esse casal teve um filho,
Conforme nos conta a lenda,
Cheio de fartura e brilho
Corria pela fazenda.
José viveu sua infância,
Naquela bonita estância,
Sem imaginar contenda.
Ele ainda criança
Quando fez grande amizade
Com alguém da vizinhança,
Também de menor idade,
Filha de um agricultor,
A quem dedicou o amor
Com toda honestidade.
(...)
Como diria Zeca Pereira: “Nessa sua narrativa, cada estrofe mais bonita... Vou deixar para o leitor, ir pesquisar a escrita.”
Foto: Serafim Fotos
Na foto acima, Jamil José e Daniel Oliveira do Centro Cultural Família José, recebem alguns exemplares dos Cordéis da Nordestina Editora para seu acervo pra lá de diverso. Eles ficaram muito felizes e os deixam expostos na recepção do centro cultural para que todo visitante possa conhecer essas histórias de repente :)
Você que gosta de poesia e quer ter algum exemplar desses em sua casa é bem simples, basta entrar em contato com a Nordestina Editora que eles enviam todos os exemplares disponíveis via correiro.
Envolva-se você também nessa melodia, de repente a repente, sua vida será diferente !!!
77 99905-0818
Barreiras/Bahia
Facebook: Nordestina Editora
Por Alice Locali
Crédito Fotos: Nós e outros Olhos
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