Uma das 21 canções que compõem o Álbum Clube da Esquina de Milton Nascimento & Lô Borges, de 1972, "Cais", é sem dúvida uma das mais belas peças de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos.
O álbum que contém a referida canção foi construído por um clube de amigos mineiros, mas somente após 50 anos de seu lançamento, recebeu o tão merecido posto de o “Maior Álbum Brasileiro de Todos os Tempos".
Lançando-se por entre alongamentos vocálicos e desaceleração de base, Milton Nascimento, com essa sua habilidade, que sem dúvida é de outra ordem, valida que, o que está sendo cantado, está sendo ao mesmo tempo dito.
E eu penso e sinto que a rede de recados que Milton Nascimento e Ronaldo Bastos nos deixaram em “Cais” é atemporal, pois mesmo se estando em uma situação indesejada em nossas vidas (mas que ansiamos por um estado de plenitude, de ser feliz e de ser livre), “Cais” nos mostra de forma única que todas as condições materiais para empreendermos a desejada viagem (por meio da qual encontraremos a liberdade e a felicidade), está dentro de cada um de nós.
Em minha vida, “Cais” foi e sempre será uma provocação: A mais bela e mais significativa provocação de cura a partir da minha própria essência!
Acreditar na força das letras nos leva a mergulhos profundos, a descobertas permanentes sobre o mundo e principalmente sobre nós mesmos.
“Cais”, uma arte que tenho a honra de trazer emoldurada em meu coração!
“Cais”, uma arte para ser sempre dita, cantada e principalmente vivida!
Sabemos que viver, bem como Milton já nos disse, é uma “Travessia” e nessa nossa travessia tenhamos sempre a certeza de que a FÉ em nós mesmos é um CAIS sempre à mão.
Por: Dailane Paula / Florescence Pão e Poesia
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